Ingredientes para fabricar um chocolate:
O
chocolate puro é feito de matérias-primas-chave, os grãos de cacau e o
açúcar. Contudo, a composição completa
varia em todo o mundo devido à diferença de gostos e legislação, que trata
principalmente de parâmetros como porcentagem de cacau e sólidos do leite
adicionais, quantidade e tipos de gorduras vegetais permitidas. Os principais ingredientes são
os açúcares, manteiga de cacau, leite em pó, leite condensado, cacau em pó, sorbitol, lecitina de soja, aromatizantes e edulcorantes.
O
cacau é a base do chocolate e contribui para textura, cor e sabor e, também,
para a redução de atividade de água,
aumentando a durabilidade. Uma característica bastante importante é a cor, pois
a coloração final dos produtos desencadeia expectativas de paladar. O tipo de cacau utilizado e as misturas
entre diferentes tipos definem e diferenciam cada tipo de chocolate. Entre os açúcares usados, têm-se,
basicamente, a sacarose, embora outros como
o xarope de glicose e o açúcar invertido possam ser usados. Esses ingredientes são
responsáveis pelo sabor doce além de serem agente de corpo dos produtos. De modo geral, a quantidade de açúcar está
ligada à qualidade final, além de ser importante quanto ao preço final, pois o
açúcar é mais barato que os grãos de cacau e ainda mais que a manteiga de
cacau.
As
gorduras encontradas no chocolate incluem a manteiga de cacau, a gordura do
leite e gordura vegetal, no entanto, os
chocolates de qualidade superior usam exclusivamente a gordura do próprio cacau,
numa proporção aproximada de 30% Desde
os anos de 1930 existe um interesse maior no uso de outras gorduras. Isso
ocorreu devido à incerteza de suprimentos e aos custos da manteiga de cacau,
dependentes do mercado flutuante do grão. A adição dessas diferentes gorduras
altera a forma cristalina da gordura produzindo alteração no perfil de fusão da
gordura, o que altera as
características do produto final. Para
uma substituição total ou parcial, são usadas gorduras classificados como:
substitutas (CBS "cocoa butter substitutes" e CBR "cocoa butter
replacers"), similares à de cacau em suas propriedades físicas, mas não
totalmente compatíveis para misturas, que são subdivididas em láuricas (CBS) e não-láuricas (CBR); e equivalentes
(CBE "cocoa butter equivalents"), similares em suas propriedades físicas
e químicas, sendo compatíveis para misturas em qualquer proporção, pois contêm
quase os mesmos ácidos graxos e acilgliceróis da manteiga de cacau.
Outros
ingredientes de grande importância e que têm seu uso disseminado nos chocolates
são a lecitina de soja, que
atua como emulsificante e estabilizante e a baunilha, também substituída
pela vanilina artificial, como aromatizante. Atualmente, alguns outros ingredientes vêm
sendo testados, como um chocolate à base de cupuaçu, planta que pertence à mesma família do cacau.
Tipos de chocolate
O
chocolate é, em geral, uma mistura de pasta de cacau em pó, manteiga de cacau e
açúcar. De acordo com as proporções utilizadas, obtêm-se diferentes qualidades,
texturas e aromas. Os chocolates com mais porcentagem de manteiga de cacau são
mais gordurosos e se derretem melhor na boca. Os chocolates com maior quantidade
de pasta de cacau em pó são de sabor e aroma mais intensos. Além dessa tipo, que geralmente consumido em
forma de tabletes e bombons, há o chocolate em pó para uso culinário e o
achocolatado que pode ser bebido com leite.
Chocolate em pó
O chocolate em pó é feito com a amêndoa de cacau moída, sem a
manteiga, sendo muito utilizado em receitas, inclusive de brigadeiro e chocolate quente. Pode ser amargo, e aí possui o nome de cacau
em pó, meio amargo e doce, que não deve ser confundido com chocolate solúvel
(ou achocolatado) para
saborizar o leite.
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Produção do chocolate
Misturador de chocolate.
Na
fase estritamente industrial um número maior de etapas são necessárias.
Independente do seu uso, todos os grãos passam obrigatoriamente por uma limpeza,
torrefação, descasque e moagem. A
partir da moagem o processo pode seguir por diferentes vias.
Ao
chegar às fábricas, as amêndoas passam por um controle de
qualidade e por uma limpeza que
visa a eliminação de impurezas, tais
como sujeira das sacas, galhos, pedrinhas, areia, dentre outros contaminantes
físicos, que é feita mecanicamente através de um sistema de escovas e
peneiras. Em seguida são torradas. Esse
é o primeiro passo crítico no desenvolvimento de aroma que provém diretamente da
fabricação: o aroma de torrado. Existem
duas abordagens principais para a torragem: a primeira é a torra por um curto
período de tempo em alta temperatura, que produz um forte sabor de chocolate,
mas elimina qualquer nota aromática sutil, como as florais, além do risco do
desenvolvimento de sabor de queimado ou de torrado em excesso. A segunda é
torrar lentamente em temperaturas mais brandas, o que permite a manutenção de
sabores mais delicados, mas pode fazer com que não seja desenvolvido o sabor
base do chocolate. Após a torrefação é feito o descasque. Nessa etapa uma
máquina remove as cascas, deixando as sementes limpas, que são chamadas
NIBs. Na sequência os NIBs são moídos
por rolos de diversos tamanhos até se obter uma massa de partículas finas
chamada de pasta, massa, ou licor de cacau.
Depois
da moagem, a massa de cacau pode seguir dois caminhos: ou vai para a prensagem,
ou recebe a incorporação de mais manteiga de cacau. Na prensagem é extraída
a manteiga de cacau, que
deixa para trás uma massa sólida, que é pulverizada em cacau em pó. A manteiga de
cacau é reservada para ser incorporada a outra massa de cacau para produção do
chocolate. A partir dessa etapa também
começa haver diferenças em função do tipo de chocolate a ser fabricado. Para
fazer o chocolate amargo, a
massa de cacau, o açúcar e baunilha são misturados. Para o chocolate ao leite, o
leite e o açúcar são misturados e então misturado com a massa de cacau, enquanto o branco é feito apenas com
manteiga de cacau, açúcar e leite. Em
seguida, os ingrediente são misturados em um tanque.
Depois
de misturados, os chocolates amargo e ao leite passam pelo mesma etapa de
processo, no caso, a refinação. Nesta etapa a mistura é pressionada por uma
série de cilindros pesados (cilindros de refinação) que pressionam os
ingredientes até obter uma mistura de flocos secos finos. Manteiga de cacau e uma pequena quantidade
de agente de emulsão são adicionados ao floco e então misturadas para formar uma
pasta homogênea pronta para a conchagem. A conchagem é fase em que a massa recebe nova adição de
manteiga de cacau. Durante essa etapa, a massa é revolvida continuamente, até se
transformar em um líquido espesso e cremoso, desenvolvendo o aroma e o sabor que
caracterizam o chocolate. Essa etapa, por ser realizada em temperatura elevada
(60 °C a 80 °C), reduz a umidade, elimina compostos
voláteis indesejados, equilibra os aromas (incorporação eventual de baunilha) e
dá à emulsão uma textura
aveludada. As conchas, como as máquinas
são conhecidos, têm rolos pesados que movimentam para frente e para trás a massa
de chocolate em um processo que pode levar de de algumas horas a até sete
dias.
As
fases finais da produção são temperagem, moldagem e revestimento. Na etapa de temperagem a mistura passa por
ciclos de aquecimento e arrefecimento. Esta etapa é necessária devido à
natureza polimórfica da manteiga de cacau, assim, o chocolate
deve ser pré-cristalizado. Essa cristalização controlada visa a indução da formação de
cristais estáveis na manteiga de cacau. Desse modo, a têmpera é responsável por características de
qualidade como dureza e quebra à temperatura ambiente, rápida e completa fusão
na boca, brilho, contração durante o desmolde e rápido desprendimento de aroma e
sabor quando consumido. Nessa fase, o
chocolate está quente e líquido e é colocado em uma temperatriz para
cristalizar, primeiro reduzindo sua temperatura até o ponto de fusão e depois elevando a temperatura segundo uma
"curva de cristalização" com três níveis de bem definidos: as maiores para o
amargo, as intermediárias para ao leite e as menores para o branco.
Em
seguida é feita a moldagem, etapa na qual o chocolate ainda pastoso é colocada
em formas para que adquira o formato desejado. Nas barras crocantes são
adicionados recheios de castanhas, de amêndoas ou flocos de arroz antes de
encherem as formas. Depois os chocolates são resfriados até ficarem sólidos e
estarem prontos para a embalagem automática. As formas são geralmente submetidas a um
mecanismo vibratório, que espalha o chocolate de maneira uniforme, sendo o resfriamento feito em uma câmara de
resfriamento. A última fase, o
revestimento, aplica-se apenas às barras recheadas e aos bombons e consiste em
adicionar camadas de chocolate sobre o chocolate ou recheio já solidificado.
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A
produção passa por diversas etapas, iniciando-se com o processamento das
sementes de cacau feito no local de cultivo, seguida do transporte e do processo
industrial.
Processamento do cacau
A
cultura do cacau é considerada de intensiva em mão de obra, pois necessita de
trabalhos manuais ao longo de todo o processo. Quase toda a produção provém de pequenas
propriedades cultivadas por 3,5 milhões de pequenas famílias em todo o mundo.
Sendo que dessas, 2,6 milhões estão na África. De modo geral, o processamento das sementes
de cacau passa por três etapas: colheita, fermentação e secagem.
A
colheita é manual, pois os frutos não amadurecem ao mesmo tempo, além disso a mesma deve ser feita
cuidadosamente para evitar danos à camada externa do
caule, pois esses danos permitem a infiltração de pragas. Os frutos são colhidos maduros, sendo a maturação determinada em função
da cor e pelo ruído que o fruto faz ao ser levemente sacudido. Em seguida, os
frutos são abertos e as sementes, selecionadas. Logo após a colheita é iniciada a
fermentação dos grão. Por essa razão, o chocolate é um alimento
fermentado, sendo que esse processo inicia a formação de numerosos compostos que
determinam o sabor e o aroma (bouquet) posterior.
Em
seguida ocorre a secagem. A melhor maneira de
secar grãos é colocá-los sob o sol, contudo, em regiões de clima úmido, as
amêndoas são secas dentro de estruturas com circulação forçada de ar quente
acionadas por ventiladores. Esse método
pode, ocasionalmente, causar problemas, pois se a secagem ocorrer muito
rapidamente algumas das reações químicas iniciadas no processo de fermentação
não cessam tornando as mesmas ácidas ou amargas. Além disso, há o perigo de contaminação pela
fumaça da madeira ou por vapores de outros combustíveis, pois os grãos apanham
facilmente cheiros estranhos. Contudo,
se é lenta pode haver o crescimento de bolores. Na secagem, que demora
alguns dias, as sementes perdem quase toda sua umidade, o que resulta na redução
de mais da metade de seu peso. Uma vez que os grãos são secados, eles estão
prontos para serem enviados para a indústria.
Estas
fases iniciais se realizam in
situ nos países produtores de
cacau, e têm como missão preparar os grãos para o transporte às regiões
produtoras de chocolate. O transporte deve ser realizado de modo a evitar a
umidade e a absorção de aromas de outras fontes.
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Chocolate
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