Aqui são edições, selecionadas pela owner/fundadora do grupo Amor em Palavras em 30 de março de 2004,também pode haver edições de grupos amigos.

segunda-feira, 18 de março de 2013


Como surgiu a Páscoa





O termo Páscoa deriva do aramaico Pasha, com um significado discutível: pode ser "saltar", 
originalmente em referência a uma dança ritual; mas também a passagem do sol pelo seu 
ponto mais alto numa determinada constelação. No livro do Êxodo, no Antigo Testamento 
o termo refere-se à noite em que Javé matou os primogenitos do Egipto e "saltou" as casas 
de Hebreus, cujas ombreiras e dintel das portas estavam pintadas com o sangue do cordeiro 
pascal. No entanto, para o Judaísmo a Páscoa comemora a libertação dos hebreus no Egipto 
através da passagem do Mar Vermelho, conduzidos por Moisés. Javé terá dito então a Moisés:
 "Aquele dia será para vós um memorial, e vós festejá-lo-eis como uma festa em honra ao Senhor.
Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como uma lei perpétua". 
Até à libertação do Egipto, a Páscoa dos Hebreus era a festa dos cordeiros novos (com um ano), 
entre os pastores, e festa do pão novo, ou dos Ázimos, entre os agricultores. Por isso se dizia 
"comer a Páscoa". Só depois da escravidão no Egipto é que se tornou a festa da libertação 
e a anunciação da libertação futura, impregnada de Messianismo, o vector fundamental da 
religião judaica.

A Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus no domingo após o dia 14 de Nisan, 
data da Páscoa judaica: é pois a memória do sacrifício de Jesus na Cruz, uma nova vítima pascal 
e da sua vitória sobre a morte pela ressurreição. Simbolicamente, Cristo, apresentado como 
o cordeiro de Deus, representa a nova Páscoa, e é o pão novo, que purifica pelo seu sangue. 
Jesus, que era judeu, concilia assim as duas tradições judaicas do Antigo Testamento na sua pessoa, eixo central do Novo Testamento. Como a Paixão e morte de Jesus coincidiram com a Páscoa judaica, vários costumes e símbolos foram incorporados às tradições cristãs. Entre os cristãos, a Páscoa é comemorada no primeiro domingo após a lua cheia seguinte ao equinócio de Março (dia 21). 

É por isso uma data móvel, que pode ocorrer entre 22 de Março e 25 de Abril. 
É precedida de quarenta dias de Quaresma e da Semana da Paixão.No Ocidente a Páscoa 
tem perdido simbolismo, o que fez com que certos costumes desaparecessem. 
Mas entre os cristãos ortodoxos, por exemplo, existiram desde sempre costumes pascais 
próprios e exclusivos, como a saudação "Cristo ressuscitou", entre os russos, com a resposta 
"Ressuscitou realmente". Na Península Ibérica ainda subsistem costumes como o "enterro do Judas", hábito que a Igreja condenou e que consiste no "linchamento" simbólico de um boneco representando Judas em sábado de Aleluia. Em termos litúrgicos, os preparativos da vigília pascal entre os católicos subordinam-se a um esquema em que todos os simbolismos e temas pascais são gradualmente apresentados. Assim, logo em Novembro, começa-se a preparar os fiéis para a Páscoa, com instruções sobre os sacramentos, surgindo depois a Quaresma como uma forma de preparação . 

No domingo anterior à Páscoa, celebra-se os ramos, festa alusiva à entrada triunfal de Jesus em 
Jerusalém, ovacionado por uma turba de gente que alguns dias depois o haveria de condenar e ver 
crucificado como um criminoso. O sacrifício de Cristo na Cruz é recordado na sexta-feira da Paixão. 
Desde 1951, por ordem de Pio XII, a missa de sábado de Aleluia é celebrada à meia-noite, na 
passagem para o domingo da Ressurreição. Entre os cristãos protestantes, as celebrações da Páscoa têm particular incidência no sábado, ponto culminante de um conjunto de cerimônias religiosas iniciadas no domingo de ramos e que se prolongam por toda a semana.

(Pesquisado na Diciopédia 2005)









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