Como surgiu a Páscoa
O termo Páscoa deriva do aramaico Pasha, com um
significado discutível: pode ser "saltar",
originalmente em referência a uma dança ritual; mas
também a passagem do sol pelo seu
ponto mais alto numa determinada constelação. No livro do
Êxodo, no Antigo Testamento
o termo refere-se à noite em que Javé matou os
primogenitos do Egipto e "saltou" as casas
de Hebreus, cujas ombreiras e dintel das portas estavam
pintadas com o sangue do cordeiro
pascal. No entanto, para o Judaísmo a Páscoa comemora a
libertação dos hebreus no Egipto
através da passagem do Mar Vermelho, conduzidos por
Moisés. Javé terá dito então a Moisés:
"Aquele dia será para vós um memorial, e vós
festejá-lo-eis como uma festa em honra ao Senhor.
Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como uma
lei perpétua".
Até à libertação do Egipto, a Páscoa dos Hebreus era a
festa dos cordeiros novos (com um ano),
entre os pastores, e festa do pão novo, ou dos Ázimos,
entre os agricultores. Por isso se dizia
"comer a Páscoa". Só depois da escravidão no Egipto é que
se tornou a festa da libertação
e a anunciação da libertação futura, impregnada de
Messianismo, o vector fundamental da
religião judaica.
A Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus no domingo após o dia 14 de Nisan,
A Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus no domingo após o dia 14 de Nisan,
data da Páscoa judaica: é pois a memória do sacrifício de
Jesus na Cruz, uma nova vítima pascal
e da sua vitória sobre a morte pela ressurreição.
Simbolicamente, Cristo, apresentado como
o cordeiro de Deus, representa a nova Páscoa, e é o pão
novo, que purifica pelo seu sangue.
Jesus, que era judeu, concilia assim as duas tradições
judaicas do Antigo Testamento na sua pessoa, eixo central do Novo Testamento. Como a Paixão e morte de
Jesus coincidiram com a Páscoa judaica, vários costumes e símbolos foram incorporados às
tradições cristãs. Entre os cristãos, a Páscoa é comemorada no primeiro domingo após a lua
cheia seguinte ao equinócio de Março (dia 21).
É por isso uma data móvel, que pode ocorrer entre 22 de Março e 25 de Abril.
É precedida de quarenta dias de Quaresma e da Semana da
Paixão.No Ocidente a Páscoa
tem perdido simbolismo, o que fez com que certos costumes
desaparecessem.
Mas entre os cristãos ortodoxos, por exemplo, existiram
desde sempre costumes pascais
próprios e exclusivos, como a saudação "Cristo
ressuscitou", entre os russos, com a resposta
"Ressuscitou realmente". Na Península Ibérica ainda
subsistem costumes como o "enterro do Judas", hábito que a Igreja condenou e que consiste no
"linchamento" simbólico de um boneco representando Judas em sábado de Aleluia. Em termos litúrgicos, os
preparativos da vigília pascal entre os católicos subordinam-se a um esquema em que todos os simbolismos e
temas pascais são gradualmente apresentados. Assim, logo em Novembro, começa-se a
preparar os fiéis para a Páscoa, com instruções sobre os sacramentos, surgindo depois a Quaresma como uma
forma de preparação .
No domingo anterior à Páscoa, celebra-se os ramos, festa alusiva à entrada triunfal de Jesus em
Jerusalém, ovacionado por uma turba de gente que alguns
dias depois o haveria de condenar e ver
crucificado como um criminoso. O sacrifício de Cristo na
Cruz é recordado na sexta-feira da Paixão.
Desde 1951, por ordem de Pio XII, a missa de sábado de
Aleluia é celebrada à meia-noite, na
passagem para o domingo da Ressurreição. Entre os
cristãos protestantes, as celebrações da Páscoa têm particular incidência no sábado, ponto culminante de
um conjunto de cerimônias religiosas iniciadas no domingo de ramos e que se prolongam por toda
a semana.
(Pesquisado na Diciopédia 2005)
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