“ENTRE DOIS MUNDOS”
Encontrava-se atolado num emaranhado
Entre a sanidade e a loucura
Saía da luz para a noite escura
Da realidade a fantasia em segundos.
Cravado em sofrimento cheio de tormento
Tinha flashes da agonia
Onde foi espezinhado pela humilhação
Tendo que fingir ser cão para sua sobrevivência.
E tanto foi
Que virou um animal feito gente
Que rosnava por vezes
E gritava por outras
Numa total demência.
Pobre homem que não sabia de si
Que se perdeu por aí
Que tinha marcas que doía sua alma
Que ria descontrolado
Para não morrer desesperado.
Não tinha identidade
E, nesse nada, desalmado
Fugia para o seu mundo imaginário.
Foi assim até juntar toda coragem
E lutar contra os seus fantasmas.
E quando eles se foram
Ele se curvou diante da vida insípida
Caiu nos braços de uma realidade monótona
E vegetou pelo resto dos seus dias.
Não suportou ser só homem
Já que sua alma zangada
Cobrava-lhe o pedaço-cão
Que tanto o crucificou.
Marcos Sergio T. Lopes
19/08/09
Nenhum comentário:
Postar um comentário