Não tenho medo da morte,
temo não ver mais , meu filho.
Temo não ouvir os pássaros,
minhas cachorras latindo...
Não poder comer meu pão com ovo,
Temo não poder rir de mim mesma...
Não poder tomar meu banho demorado,
Não te encontrar de novo,
Temo não ter sido inteligente,
para entender meus próprios erros...
Não ter-te namorado,
o suficiente para te convencer do meu amor...
Temo não poder mais comer
pudim de leite condensado...
E o frango assado?
Com polenta frita, é claro!
Temo ter errado muito,
e pouco ter acertado...
Temo não poder mais ver as estrelas
ou ainda um dia ensolarado
ou quem sabe ainda um dia de chuva,
enrolada no endredon...
Temo não encontrar minha mãe e minha filha...
que se foram bem antes...
e não me deixaram nenhum recado....
Não temo a morte...
Será um repouso,
para esse corpo sofrido...cansado...
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