Aqui são edições, selecionadas pela owner/fundadora do grupo Amor em Palavras em 30 de março de 2004,também pode haver edições de grupos amigos.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O AMOR QUE ACABOU
 Letícia Thompson



Quando foi que o amor acabou e o príncipe virou sapo e a princesa
desencantou? Provavelmente depois de tantos beijos não dados, de tantos
momentos deixados pro lado, de tanto monólogo de ambas as partes. Em geral o amor assiste à própria
 morte e resta silencioso.
 Ou ele grita por socorro e
as pessoas se fazem de surdas. O mais difícil no fim de um relacionamento é
admitir que tudo acabou.

Há pessoas que insistem simplesmente porque não querem admitir o fim. E
caminham vagarosamente na vida, vivendo o dia-a-dia como se não houvesse o
depois. Mas a vida não acaba quando morre um amor. Ela simplesmente passa
por uma transição que, como todas, é freqüentemente dolorida. Tememos as
mudanças porque tememos o desconhecido. Mas o que é o desconhecido?

Mesmo o dia de amanhã, não podemos tocá-lo até que ele chegue a nós, não
podemos sabê-lo até que chegue o momento em que, mergulhados, precisamos
vivê-lo. Aceitar a morte, qualquer que seja, é reconhecer nossa
vulnerabilidade diante da vida. E somos seres orgulhosos por demais para
querer reconhecer nossa fragilidade ante o que não podemos controlar. E a
vida não se controla.

Ela se abate sobre nossas cabeças e tudo o que podemos fazer é vivê-la o
mais intensamente possível com todos os riscos e perigos que ela nos impõe,
com todas as surpresas, que ela nos reserva. Precisamos é tirar o melhor
partido do que está nas nossas mãos e reconhecer que pra todo fim há sempre
um recomeço. Uma perda é quase sempre um ganho, é muitas vezes a válvula
propulsora para uma nova vida, uma nova história, um novo amanhã
.


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